Rudyard Kipling foi um dos maiores escritores da língua inglesa. Foi autor, dentre outros, de Mowgli e d´O Livro da Selva. Kipling foi, também, um maçom ativo e fervoroso, e a maçonaria foi retratada em algumas de suas obras, como no conto “O Homem que queria ser Rei” e neste poema.
À Minha Loja-Mãe
Por Rudyard Kipling (1865 – 1936)
Tradução (em versos livres e pés quebrados): Edgard da Costa Freitas Neto, M∴ M ∴
HAVIA Rundle, Chefe de Estação
E Beazeley, da ferrovia
E Ackman, do Comissariado
E Donkin, da Prisão
E Blake, Sargenteante
Que nosso Mestre por duas vezes sido havia
E o velho Framjee Edulgee
Da “Europa Secos e Molhados”
Lá fora: Sargento! Senhor! Sentido! Salaam!
Lá dentro: “Irmão!” e nisso nada havia de mal
Nos encontramos no nível e partimos no esquadro
Lá era o Segundo Diácono de minha Loja Mãe
Havia Bola Nath, Contador
E Saul, judeu de Aden
E Din Mohammed, desenhista
Do escritório de cartografia.
Havia Babu Chuckerbutty
E Amir Singh, o Sikh
E o Castro, da alfaiataria
Católico Romano!
Não tínhamos bons paramentos
Nossa Loja era velha e acabada
Mas conhecíamos os velhos Landmarks
E os mantínhamos na cabeça guardada
E olhando agora aqueles momentos
Um fato me aparece em destaque
Não havia algo como “infiel”
Senão, talvez, nós mesmos
Mês a mês, após o labor
Quando sentávamos para fumar
(e não fazíamos ágapes
para não excluir de nenhum irmão a fé)
Falávamos de um para o outro
Sobre Religião e o mais.
E cada homem falando
Do Deus que conhecia melhor
Avançava assim o converseiro
E nenhum irmão se exaltava
Até que a manhã, alumiando o terreiro
Os papagaios acordava
Bem como os malditos Cucos.
E voltávamos para a casa, para a cama
Com Maomé, Deus e Shiva
Passeando em nossas lembranças
Viajando sempre em serviços oficiais,
Esta sina que me investe,
Levava saudações fraternais
Às Lojas no Leste e no Oeste.
De Kohat a Cingapura
Mas queria poder vê-los
Em minha Loja-Mãe, uma vez mais!
Gostaria de vê-los novamente
Meus irmãos negros e mulatos
O agradável aroma dos cigarros
E o isqueiro de mão em mão
O caseiro da Loja já roncando
No chão da despensa.
Como Mestre regular
Em minha Loja-Mãe, uma vez mais
Lá fora: Sargento! Senhor! Sentido! Salaam!
Lá dentro: “Irmão!” e nisso nada havia de mal
Nos encontramos no nível e partimos no esquadro
Lá era o Segundo Diácono de minha Loja Mãe
Lápide de Rudyard Kipling, na Abadia de Westminster. Atenção aos detalhes…..
Que emocionante!
Este poema resume a ideia de fraternidade e diversidade em nossa Or.’.. De desenhista à alfaiate, de Maomé, Deus a Shiva.”Lá fora: Sargento! Senhor! Sentido! Salaam! Lá dentro: “Irmão!””
… somos todos irmãos.
Belíssima peça. Confesso que me emocionei.
Parabéns!!!
Richard Kipling,onde quer que esteja, deve estar também aplaudindo seu trabalho. Que bom, iniciativas como esta, que nos dá oportunidade de ver o lado belo da vida.
EMOCIONANTE !!!!!
Maçonaria é também cultura!!!
Parabéns Edgard Costa Freitas Neto, pelo York Blog e pela bela escolha do poema.
Abraços.
Parabéns Edgard Costa Freitas Neto, belo poema. Um poema também é uma musica. Lindo